segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Rufus

Deu sono antes do final trágico, dormi sem a imagem da mocinha sendo morta por uma faca de pão. Os sonhos teriam sido melhores? Ter o desprazer de me colocar no lugar do assassino simplesmente por não ter assistido o final do filme não compensa os minutos a mais de sono que tive, tão menos os pesadelos recheados de gritos e sangue. Enfim, não sei por que, mas acabei acordando sorrindo, coisa que não acontece há bastante tempo.

O dia inteiro foi dedicado ao medo adormecido desde a morte de meus pais da existência de um possível assassino frio e sanguinário vivendo dentro de mim. "Oras, se for para ser, que seja!" - Pensei no fim da tarde, depois me senti um tanto medíocre por achar que devo matar alguém para ser assassino, e me deparei com a seguinte dúvida: "Assassinos decidem que são assassinos antes de matar, ou matam e vêem que são, ou matam, matam e matam e não fazem questão de se entender?". Por ter lido umas coisas de Freud nos últimos dias acabei caindo em uma auto-análise sobre o meu eu assassino que apelidei de "Rufus". Perguntei-me se mataria alguém próximo, Rufus disse-me que não, perguntei-me se mataria uma criança, Rufus respondeu-me que não, enfim, perguntei-me se mataria a mocinha do filme com uma faca de pão, Rufus respondeu-me meio encabulado também que não.

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Escrevi e ilustro (leia-se: fiz a pose boba pra foto) o texto, mas não, não tenho Rufus ao meu lado. Inté

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Imagem/texto/IMAGEM



Entre a mão pintada e o photoshop travando demorou duas horas.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Impacto

Tão perto de mim que não posso rimar
Tão longe que não se descreve em linhas comuns
Páragafro
Desço inferno, começo novamente
De onde vem é o conflito
é a pessoa
o sujeito
individuo
Repito
De onde vem é o conflito
A coisa propriamente dita brota a cada esquina
Provoca riso, dor e quase nunca indiferença
Quando causa é coisa
Quando não, apavora
Ponto final
Não se descreve, não se entende, só se
PROJETA, PROJETA, PROJETA
à outro mortal na espera de resposta
Que vem, não vem
Importância?
É de outro agora.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Cerca

Pula a cerca
Aproveita tua alma acabada
Aproveita minha paciência
Pula!

Ao descaso ofereço tua vontade
Não é por mim, não minta
Suja a reputação
Limpa os sonhos
Pula!

Um provável cachorro nervoso te aguarda
Ansioso
Late forte, escuta?
Entrega-se, pula!