quarta-feira, 13 de maio de 2009

Temporal


"Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira..."


O mais é nada.










Sim, desenho meu.
[Há tempos - Legião urbana]

terça-feira, 12 de maio de 2009

Memes

Dois memes que a Lu (trinta livros, um ano) me passou. (Era pro Discorro, mas...)
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"Dez coisas que você encontra no meu quarto."

1- Uma porta de madeira feita de mural. (Eu não tinha um daqueles quadros de cortiça e tinha muitas taxinhas, o resultado é previsível.)
2- Um violão. (Usado como porta-tocas.)
3- Um colchão. (Sim, eu abdiquei da cama.)
4- Desenhos colados na parede. (Rascunhos, guaches, aquarelas etc.)
5- Um pôster do Myspace Secret Shows que teve na Lapa. (Matanza e Autoramas)
6- Um toca discos. (Que acabei de estragar. Vou levar pro conserto essa semana!)
7- Discos. (Eu tenho um do Bob Dylan. *-*)
8- A mesa do computador. (Carinhosamente apelidada pela minha mãe de "essa bagunça".)
9- Uma estante de ferro. (Livros, incensos, pastas, cadernos, pincéis, tintas etc.)
10- Eu. (Geralmente de meias furadas, roupa de dormir e falando sozinho.)


1- Agarrar o livro mais próximo;
2- Abrir na página 161;
3- Procurar a quinta frase completa;
4- Colocar a frase no blog;
5- Não escolher a melhor frase, nem o melhor livro! Utilizar mesmo o livro que estiver mais próximo;
6- Passar para cinco pessoas!

Livro: "Perto do coração selvagem" - Clarice Lispector.

"Quando a porta se abriu para Joana ele deixou de existir"

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Para:

http://davisbitch.blogspot.com/
http://lectervirouvegetariano.blogspot.com/
http://muitosemum.blogspot.com/
http://marcelodalla.blogspot.com/
http://procurandoavida.blogspot.com/

É isso.

domingo, 10 de maio de 2009

Lassidão programada

Suas palavras eram como facas atiradas contra um cadáver. Tão pouca importância eu dei aquele falatório que uma mosca voando sobre um pedaço de pão velho me divertiu e concentrou enquanto Joana falava. Em um fim brilhante, desses que só ela consegue de forma estupenda fazer, deu-me tchau e balbuciou qualquer coisa malcriada. Descontente com a fuga sem despedida da mosca, recolhi o pão e fui deitar.

Não fosse a janela de fronte ao leste não teria o maravilhoso prazer de acordar com a luz do primeiro sol do dia. Ainda cansado e um tanto preguiçoso decidi aos suspiros e bocejos ficar por mais algum tempo sobre a cama. Minha ineficácia mental não permitiu pensamentos muito profundos após a decisão de algum tempo de ócio sobre os lençóis, portanto foi com enorme energia e quase nenhuma conclusão que levantei e fui à padaria. A importância com a aparência e as roupas ficou para trás após a guerra que participei mentalmente, depois de tantas batalhas ganhei a guerra e perdi o prazer pela estética. Ao chegar à padaria, vestindo meu pijama e ostentando meu não-penteado, fui à caixa e pedi dois maços do meu cigarro e um pacote de pão integral. A moça risonha e sem criatividade então fez a mesma piada que ouço há meses: "Pão integral pra cuidar da saúde, ah, e seus cigarros para ter de que cuidar (sorriso)". Medíocre. Peguei minha sacola e fui para casa.

O carro vermelho parado na frente de meu portão denunciou que Joana resolveu voltar para terminar o discurso do dia anterior. "Oh, deus!" - Exclamo sempre que vejo esse maldito carro, força do hábito. Após o "bom dia" e acender um cigarro ela se levantou e ofereceu o isqueiro para acender um para mim. "O que você quer?" - Perguntei, enquanto preparava o café, rompendo o silêncio. Na verdade eu sabia o que ela queria e que não ficaria ali tempo suficiente para beber o café que aceitou, mas mesmo com minhas deduções sempre pergunto, detesto ficar perto de outro alguém em silêncio, meu silêncio é só meu. Com Joana longe e suas reclamações ainda ao meu lado fui tratar de minha vida.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

He looks like a soap bubble


Tenho migalhas de bolo no lençol e meias brancas com furos no calcanhar. Sonho com um mundo de cores vivas durante um sorriso qualquer. Assopro forte o buraco número 6 da gaita simples, e no fim não faço ideia se foi um Dó ou um Ré. Dou um pulo sozinho e canto qualquer coisa. Tenho medos simples e quero coisas atoa. Não ligo mesmo para a direção do vento.