A tarde caia quente soprando um vento morno e deixando os corpos agitados. Um bonde barulhento acendia as luzes enquanto passava frente a um bar meio vazio. As crianças libertas da última aula que tiveram conversavam alto enquanto faziam uma garrafa de bola e chutavam-na entre si. Um homem de sandálias passava no portão enferrujado da casa antiga enquanto respirava fundo. Um cheiro forte de fumaça tomava conta de todo o bairro. Por um segundo tudo parou, o vento, o bonde, as crianças, o homem e a fumaça. Ela se olhou séria diante do espelho e virou eternidade.