domingo, 7 de março de 2010

Escada

Deu meio passo afobado e subiu a escada correndo numa mistura de fuga e desespero. O pé no patamar foi para ele como uma bandeira fincada no mais alto pico do mundo. O que baseavam suas crenças havia ficado no pé da escada junto do fracasso de ser verdade. Estar no "sobre tudo" era como uma droga correndo na veia, não havia dor, não havia mágoa, a temperatura não importava, só respirava o perfume da glória inventada. Apesar da voracidade do momento ele olhou as mãos tremulas e soltou o mais alto grito que foi capaz de dar. Permitiu-se gritar, fez de si o seu direito.

3 Opiniões:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

a glória do SER está na conquista de sua identidade, de seu espaço, de seu direito ... nestes momentos gloriosos não importam mais o quanto isto custou ... a luta, as noites não dormidas, as angústias e as tristezas ... só importa mesmo o seu grito de vitória ...

bjux

;-)

Anônimo disse...

Gosto demais dos seus textos, são simples e muito bem escritos.

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Claro que não me importo, muito pelo contrario, será sempre bem vindo no blog!
Abraço

Sylvia Araujo disse...

Ritmado e intenso. Muito bom, Lucas!

Beijomeupravocê