O ônibus
Estava sentado, disperso em pensamentos inúteis, cansado e sem vontade nenhuma de continuar lendo mais uma palavra do livro amarelado que carregava. Era bonito, nada que o fizesse chamar atenção, mas tinha seu charme, olhos meio fechados que lhe davam ares de perdido e um projeto de sorriso encantador. Jovem, carregava uns 18 anos nas costas junto de uma mochila velha e cheia de penduricalhos sem nexo, apenas uma torre Eiffel era perceptível naquela bagunça.
Então resolve levantar, o incomodo de lançar-se ao corredor do ônibus era amenizado pelas mãos fixas no balaustre. Um barulho agonizante se escuta quando as mãos inseguras puxam a corda velha e azul da cigarra. Num passo de dança conjunto, que se ensaiado não seria tão perfeito, os passageiros vão à frente e voltam assim que o ônibus pára. A criatura assustada então como em fuga de uma explosão iminente pula dos degraus de alumínio se libertando pra sempre do martírio do ônibus, até a hora de voltar para casa.
É tão mas simples abaixar a cabeça pra esse bando de coisa feia que as pessoas tem feito por aí, né?
Cuidado, podes ver teu próprio umbigo!
Lucas Morateli!
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