sábado, 28 de junho de 2008

Mais sábio que você, mais pobre que uma pedra.

De uma admirável amiga ganhei o belo costume de admirar mendigos, andantes, nômades, seja lá como você os chame.

Certa vez, durante uma agradável conversa com um deles, a pergunta não podia deixar de sair de mim em direção aquele indivíduo mau vestido e com um odor desagradável, "O que o senhor acha do Brasil?", sim, chamo-o de senhor, um dos mais íntegros que já conheci.

Me fez confuso foi a resposta do amável senhor: -Não acho, sou!.

Depois de sentar ao seu lado e de acender um cigarro, pergunto à ele: - És o Brasil?. -Sim sou!, meu mendigo responde audaz.

A confusão se estabelece por completo enquanto dou o último soco no pulmão com o fim do cigarro.

Olhando pro nada ele começa a se explicar brilhantemente: - Sim sou, amigo, ou melhor, somos! Nós somos o Brasil. Diz ele orgulhoso. - Enquanto tentar vê-lo como coisa/objeto distante ficará difícil julgar com os argumentos necessários para ter certeza do que diz. Respira, se acalma, me olha, sorri e continua. - Julgue-se antes de julgar.

Aperto-lhe a mão e começo a andar, sábio homem, que agora pega sua sacola de plástico e começa a mexer em suas bugigangas onde eu o deixei.


Será que tu sabes julgar?



Lucas Moratelli.


...

Céus, como é difícil achar um programa decente pra baixar músicas indecentemente da internet. E depois de um sábado de colégio e comida ruim, minha paciência não permite uma procura mais detalhada. Vai ser aquele com o ícone mais bonitinho (sim!, me prendo as aparências. ;) ). Eu tinha alguma coisa pra falar.
Voltei, tinha ido pegar o cinzeiro.
Ah, lembrei. Mesmo sendo mais do mesmo como alguns simpáticos críticos disseram (Ô povo pra criticar! risos), recomendo a música nova de trabalho do Coldplay "Violet Hill", calma, letra boa e ótima melodia. O clipe trouxe-me a sensação do que me atrái em "tele-arte", sabe aqueles lugares com ar de passado que dá vontade de ir lá e ler um livro com uma caneca bem quente de café?, pois bem, essa é a sensação.
Por falar em passado (coisa que amo, e que merece um conto. anotado!), assiti a um filme hoje pela manhã que me fez tão bem. Chama-se "Clube dos 5", seu título original é "Breakfast Club", filme atraente, mas peguei pela metade. Cinco criaturas que nunca se viram estão na detenção:
- Uma patricinha;
- Um nerd;
- Um atleta;
- Uma roqueira cleptomaníaca;
- E um rebelde sem causa e sem nem um pouco de noção.
Filme de 1985 com direção de John Hughes, que dirigiu também "Curtindo a vida adoidado (Ferris Bueller's day off)". O roteiro é bom, a fotografia também e a história é ótima. Os problemas de cada adolescente tornam-se os problemas do grupo enquanto um diretor infernal tenta prendê-los no colégio. Recomendo!
Vou passar por mais alguns sites inútei, baixar a versão do Dylan de " It ain't me, babe" e depois dormir.
Boa Noite.

Lucas Moratelli.

domingo, 22 de junho de 2008

Frustração; Parte 1

- Estudou o ano todo foi?
- Sim.
- E foi bem na prova?
- Não.
- Ué. Então não estudou direito.
- É?
- Aham, porque quem estuda direito vai bem.
- Você fez faculdade?
- Não. E isso não vem ao caso.






Quatro horas depois: rostos tristes, papéis na mão, burburinho geral, multidão, portões, mais gente, amigos, e então a frase que sela com perfeição o sentimento geral: -Puta que pariu, que prova difícil.




A verdade atrás das frases:
A 1ª fase da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) foi hoje, e mesmo depois de 6 meses de pré-vestibular e estudo incansável durante as tardes deixando de lado o estágio e a internet, eu consigo um mísero conceito "D". E lá vamos nós pra próxima fase. =/


Lucas Moratelli

terça-feira, 17 de junho de 2008

O ônibus~

O ônibus

Estava sentado, disperso em pensamentos inúteis, cansado e sem vontade nenhuma de continuar lendo mais uma palavra do livro amarelado que carregava. Era bonito, nada que o fizesse chamar atenção, mas tinha seu charme, olhos meio fechados que lhe davam ares de perdido e um projeto de sorriso encantador. Jovem, carregava uns 18 anos nas costas junto de uma mochila velha e cheia de penduricalhos sem nexo, apenas uma torre Eiffel era perceptível naquela bagunça.
Então resolve levantar, o incomodo de lançar-se ao corredor do ônibus era amenizado pelas mãos fixas no balaustre. Um barulho agonizante se escuta quando as mãos inseguras puxam a corda velha e azul da cigarra. Num passo de dança conjunto, que se ensaiado não seria tão perfeito, os passageiros vão à frente e voltam assim que o ônibus pára. A criatura assustada então como em fuga de uma explosão iminente pula dos degraus de alumínio se libertando pra sempre do martírio do ônibus, até a hora de voltar para casa.




É tão mas simples abaixar a cabeça pra esse bando de coisa feia que as pessoas tem feito por aí, né?
Cuidado, podes ver teu próprio umbigo!
Lucas Morateli!