sábado, 30 de agosto de 2008

Adolescent Fluorescent

(Fiz esse texto que é inspirado na música "Adolescent Fluorescent" da banda Arctic Monkeys (Aqui a letra!) para um site aí, mas eles não gostaram. =/ - Paciência!)


Eu não conseguia entender como uma menina podia ser ter tão linda e única. Ela era simples, usava algumas coisas que a ajudavam chamar atenção, mas não precisava de nada para fazer com que todos do colégio a olhassem com desejo ou inveja. Sua marca registrada era uma meia arrastão preta, que por tanto chamar atenção, fora imitada por muitas meninas sem graça no colegial.

Os meninos a amavam. Era idolatrada e sempre assunto entre eles. E eu sempre a imaginei sendo minha só minha, mas era impossível, afinal que garota daria bola pra um palhaço feito eu? Ela que sempre esteve junto dos melhores e mais ricos da escola. Que sempre eram cafajestes.

Um dia depois de vê-la brigando com o namorado, decidi falar, chegar sem medo e dizer todo o amor puro e indestrutível que sentia. Quando cheguei perto dela fui recebido com um sorriso entre as lágrimas que restavam da briga que havia acabado de acontecer. Olhei pra ela e antes de eu conseguir dizer uma palavra, a linda e agora chorona menina me resmungou um “Hã?”. Mesmo envergonhado disse tudo, sem vírgulas, e no fim fui acariciado com o melhor beijo da minha vida.

Depois de uma semana, o fim do namoro com o namorado cafajeste estava concretizado e para minha tristeza a minha passagem para outro país estava comprada. Por motivos de trabalho do meu pai que até hoje não sei quais são. Fomos para uma cidade a quilômetros de distância de meu amor.

Depois de 15 anos voltei a meu país onde deixei muitas coisas, entre elas, meu coração. Minha primeira parada foi na casa da minha menina de meia arrastão. “Ela não mora mais aqui” foi a frase dolorosa que recebi ao bater na porta.

Desiludido e cansado fui a um bar no centro onde amigos me esperavam. Saí do estacionamento e fui em direção a esquina onde uma moça estranha e recolhida me olhava. Vestia apenas uma camisola e segurava uma pequena bolsa vermelha. Era ela! Meu grande amor, que apenas me sorriu e entrou em um carro para mais uma noite de trabalho. A menina que amo não existe mais.


Por Lucas Moratelli.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ladrão de Vidas

“Não, eu não posso fazer isso!”, era o que ele pensava constantemente.

- Próximo. Chamou a mulher gorda atrás da mesa marrom.
Depois de resolver todos os problemas com seus documentos que há tempos estavam inválidos. Saiu da sala apertada e foi pegar o ônibus. Antes de chegar ao ponto desviou seu caminho e decidiu andar até sua casa.
Uma esquina, três ruas, dois quarteirões. E a frase, por ele, era repetida como um mantra pelo caminho.
A mulher louca com dois cachorros chamou-lhe a atenção. Cansado e sem motivação começou a imaginar a história da mulher.
“Devia ser professora ou secretária” – Pensou. “Deve ter dois filhos crescidos que não imaginam por onde ela anda”. - Ele parou ascendeu um cigarro e continuou a imaginar. “Tinha uma vida normal até que o precioso e amado marido a deixou junto de seus dois cretinos e metidos filhos que logo em seguida a deixaram” – Suspiro. “De tanta amargura tomou todos os remédios que tinha em sua casa que há tempos estava suja. Internação – Alta médica – Loucura”. – A louca agora ficou para trás por causas dos passos largos dados por ele.
Depois de algumas lágrimas, olhares curiosos ao homem/menino chorão e a mais um cigarro ele decidiu que não, não pode fazer isso!

Por Lucas Moratelli

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A menina;

Vivia pensando em seus livros, tanto, que nem pensava em seus amigos ou família.

Suas roupas eram um tanto excêntricas. A calça verde limão era conhecida por todo o bairro.

Certo dia, em que a chuva dava cor à paisagem, a menina da calça verde resolveu sair de casa. Mas não era um passeio comum como ela sempre fazia, desta vez ela tinha um destino, um destino que fora planejado toda a noite.

O relógio marcava dez para as três quando a menina entrou na casa aparentemente abandonada que tinha uma porta de madeira muito velha. Deu o primeiro passo, e olhou a sua volta. Viu sofás de veludo vermelho, móveis de madeira colonial escura e um tapete com estampa persa. Depois de passar pela sala, chegou ao quarto vermelho que guardava em seu interior uma coisa que fez a menina sorrir. Olhou para o menino com cara de triste sentado no chão, e disse "Oi".


À Tainá.

Por Lucas Moratelli.

domingo, 10 de agosto de 2008

Vão-se;

O amor de sua vida se foi e ele nada pode fazer.
Com uma caneca na mão e um casaco verde sentou no seu sofá na quinta-feira chuvosa, ajeitou os óculos e olhou pela janela. Os pingos de chuva o emocionavam, mas as lágrimas não saiam.
Não entendia e nem fazia questão, agora, de entender.
Levantou, foi para o quarto, trocou o chinelo por um tênis surrado, pegou sua bolsa de imitação de couro, sua carteira e seu isqueiro e saiu.
E como tudo em sua vida ele apenas, recomeçou.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O Trem.

E continua tentando pintar...


Péssimo!? - Eu sei!


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"Feliz aniversário", à mim, Policarpo desejou.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O Escritor

De frente ao espelho velho e sujo, olhava fixamente a própria imagem.
Era estranho, vestia roupas velhas, usava um óculos antigo e seus cabelos estavam sempre bagunçados. Falava muito sozinho, principalmente quando resolvia escrever seus textos. E carregava uma melancolia que nem ele mesmo sabia o motivo. Mas agora estava parado com toda sua grandeza em frente ao espelho.
Fumava escondido com medo do mundo, o mesmo mundo que tinha medo dele.
Imóvel se olhava. Queria descobrir os motivos, mas nada era claro diante de si mesmo.
O escritor não sabe como sair de sua história. O escrito não quer mais escrever sua própria história!





Um pseudo-auto-conto?
- Não sei!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dinorah

Dinorah aguardava sentada no banco da sala branca. Já estava impaciente, quando, a mulher de meias vermelhas sentada atrás da mesinha que chamavam de recepção, disse-lhe que sua vez havia chegado.
A menina quase mulher pegou sua bolsa de pano colorido e levantou. Foi andando em direção a porta de madeira que há uns cinco anos não era pintada e entrou.
Dinorah de lá saiu mulher. Não carrega mais uma vida e a ela não deve mais respeito.
A menina agora mulher, não tem mais família, só tem o mundo e nesse não sabes como entrar.


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A verdade por trás dos versos;

O louco que vos fala ganhou ontem uma gaita diatônica e a ela deu o belo nome de Dinorah;
E por um progresso quase que divino já consigo tocar "Parabéns pra você".
Logo logo passo para as músicas do Dylan. ;)

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Por Lucas Moratelli